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E assim tudo começou, assim sem quê nem porquê, sem hora marcada, sem palavras caras ou sofisticadas, porque eu sou assim, como eu própria, como tu como nós!

Rabisco aqui, outro ali, horas tardias, noites sem sono, tardes longas vazias, e a solidão imensa que por ti sentia, e me fazia pensar que talvez eu fosse capaz de te dar algo de meu, desta força que me impele, deste vazio que me invade da tristeza que sempre ou quase sempre me cerca, mesmo rodeada de gente que por vezes me insurdece e onde nada encontro...

Sou eu, sempre serei eu, sem capas sem artifícios por vezes escondida na concha da qual raramente sou vista...

 

São Percheiro

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Eu só queria pedir-te Senhor que neste dia o mundo governado pela ambição dos homens parasse um só segundo... Que uma réstia de amor tomasse lugar no seu coração, e olhasse com os olhos da alma tanto sofrimento, e fizesse umas tréguas... Já foram crianças como florinhas do campo, em seus olhos já brilhou a esperança irradiando amor. Era só isso que eu queria Senhor, e que neste dia a começar, o sol fosse igual para todos, como esta flor   esta criança que ri  é só isso que eu peço, seja feliz bom dia.   São Percheiro

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PALAVRAS...

Quero lá saber de métricas ou de rimas!

Escrevo como sei, e sinto, e sou!

Quem gosta, gosta; quem acha mau e não gostou...

Paciência! – Defeito meu que humano sou.

E por acaso (...acho graça!) – até rimou!

Ninguém é perfeito.

E eu, pobre mortal,

Não poderei ter esse defeito?...

Claro que perfeito, não! - Isso não sou!

Pois se tal fosse... Era anormal.

E eu, a mim apenas quero ser igual!...

Pensem em "Pessoa", esse Poeta genial,

Que escreveu um tal poema: “Em linha recta”.

...Ai se fosse eu que escrevesse tal e qual,

Chamar-me-iam de “pateta”!...

E, afinal...

Vejam que lindo esse poema é!

Eu, pessoa sou, mas não “Pessoa”;

E jamais nasci p’ra ser poeta.

Mas... sempre que minha alma doa,

Isto prometo: – com rimas ou sem elas,

Escrevo como sei coisas singelas.

Ainda que um dia

Alguém me chame de louco, de pateta

Ou ache graça...

E, por chalaça

Veja nestes rabiscos poesia!

Mas, se assim for...

(aqui até soava bem a rima!)

Eu peço por favor:

- Leiam nas palavras o amor,

Alguma rebeldia; saudade e dor...

Tudo isso, sim: – Não poesia!

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Fernando Reis Costa

Março de 2006

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