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matriz2006

matriz2006

31
Ago10

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Não desças OS Degraus do Sonho
Para Despertar Não OS Monstros
Não subas sótãos Onde EAo
Os deuses , Por Trás das Máscaras SUAS ,
Ocultam o enigma proprio.
Não desças , subas Não, FICA.
O mistério ESTÁ E na Tua Vida!
E É UM sonho louco Este Nosso Mundo

 

Mário Quintana

31
Ago10

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Solidão  contente
  O que as  mulheres fazem quando estão com elas mesmas
Ivan  Martins
   
   
(Ivan  Martins é editor-executivo de  ÉPOCA)
 
 Ontem eu  levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta  coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo  sobre solidão feminina com alguma  incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela  disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres  sozinhas estão todas desesperadas  e não é assim. Muitas  mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim,  mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui,  mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa  circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha  prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo,  tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito  bonita, batalhadora, independente e mora  sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça  de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela  me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer  que elas têm de estar com elas mesmas.

Eu gosto  de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a  cachorra nos pés e curtir a minha casa, disse a prima. Não  preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas  horas.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente  apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e  fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava  de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo  música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade  sem mim, achava que era um sintoma de falta de  amor.
  

  Hoje,  olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali.. Eu  que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a  mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e  talvez tudo tivesse andado melhor do que  andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me  voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu  assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das  mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito  mais pobre.

A capacidade de estar só e de se  distrair consigo mesma revela alguma densidade interior,  mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma  reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que  muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior  parte dos homens parece permanentemente voltada para fora.  Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que  está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não  ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por  essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana,  ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é  preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas  catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e  quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me  consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não  era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando  masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo  está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e  mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente  praticar a negligência pela vida interior  com apoio da  publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os  seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as  beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí,  24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial  e feliz. Gastando senão a economia não  anda.

Para encerrar, eu não acho que as  diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não  nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos  ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o  mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus  sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da  casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O  que virá da transformação é difícil dizer.

Mas,  enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar  a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de  toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há  tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a  minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom  programa  desde que as pessoas gostem de si mesmas e  sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem  sempre é fácil.
 


(Estar sozinho não significa estar solitário. Voce  sempre será uma ótima companhia para sí mesmo, independente de estar  sozinho ou não. Curta cada momento)
 

31
Ago10

,,,

HI - Picture for Me

 

Que é que eu faço
se não sei o que faço
se me perdi...
No mundo, na vida por aqui!
Onde foi que errei
neste turbilhão onde fui ter
sem ver, em busca do sonho
na confusão do querer
errei sem ver,
e sem ver fiquei por aqui
e me perdi!
 
São Percheiro
31
Ago10

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 Há um luar gotejado

Do lado de lá da vidraça

Um  segredo sussurrado

Na nostalgia que me abraça

  

 

Sopra o vento suave

Num assobiar baixinho

Leva-me o pensamento

Zambeze é o caminho

  

 

Navego nas ondas do Índico

Rumo ao amor que não renego

Nem se perderá no tempo

  

 

Velas abertas a todo o pano

No sonho com que engano

Meu coração marinheiro

 

 

 

 

 

Oeiras

 Isabel

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