Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Engenho
Sem saber o que escrever
Sem papel e sem caneta,
Sem ovos quero fazer
Uma gostosa omeleta...
Do nada também se faz
E quem começa do nada,
A dificuldade é capaz
De se erguer empertigada.
O engenho e a arte
Do nada tiram proveito,
Hoje quero tirar parte
Da minha vontade e jeito.
Sem papel tenho o chão
Com uma pedra vou fazer,
Um enorme coração
Pela vida, por amor, a bater.
Pela vida, gosto dela
Com todas as contrariedades,
Tem momentos que é tão bela
Que me deixa com saudades.
Por amor, é que vale a pena
Por amor fé e esperança,
Nesta passagem pequena
Me sinto às vezes criança.
O que vejo à minha volta
- Como és bela natureza!
Tanta beleza à solta
És criança com certeza.
Mas há dias o vendaval
-Ó meu Deus que tristeza!
Lá pròs lados do Funchal
Perdeste a tua beleza.
Vai para lá o meu abraço
Oxalá! O meu empenho,
Este coração que faço
Tenha arte e engenho.
De enlaçar a Madeira
De Esperança verdadeira!
Aires Plácido