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matriz2006

matriz2006

10
Jan08

UM POEMA AO DEUS CRIADOR

 

 

UM POEMA AO DEUS CRIADOR

CALMEIRO MATIAS










A Divindade tem coração!

Deus entende de amor e comunhão.

Eis a razão pela qual somos capazes de ternura, pois fomos criados à imagem e semelhança do Criador.

Deus criou o coração dos pais,

Muitos dos quais,

São capazes de total doação.

Por ser uma família, Deus resolveu incorporar-nos na sua própria família.

Filhos em relação a Deus Pai;

Irmãos em relação a Deus Filho.

Deus é relações de amor.

No Universo tudo está em relações:

Do átomo ao sistema solar;

Das galáxias à totalidade do Universo.

Deus imprimiu as suas impressões digitais no tecido da Criação.

Mas no acto de criar o Homem, Deus teve uma intervenção especial:

Deu um beijo ao barro, depois de o ter modelado adequadamente, para criar o Homem!

Nesse momento, o Espírito Santo, o princípio da vida amorosa,

Passou a habitar o interior do Homem.

Eis a razão pela qual o ser humano se tornou barro com coração, isto é, uma pessoa capaz de amor e comunhão.

Deus é três pessoas em relações de amor familiar.

Eis a razão pela qual todo o Universo está marcado com o selo das relações:

Relações nucleares e gravitacionais;

Relações sociais, políticas e interpessoais.

Contemplando a beleza e a harmonia da Criação, verificamos que Deus entende de amor e poesia.

O Universo é, na verdade, um poema vivo e dinâmico a reescrever-se constantemente.

Cada estrela é uma estrofe e cada planeta um refrão.

Na Criação em génese, Deus realiza uma epopeia cheia de ritmo e aventura.

O átomo, a galáxia, o sistema solar e o Universo, gritam-nos que Deus é amor.

O Cosmos é um testemunho vivo da sabedoria divina e uma revelação da acção criadora de Deus.

O Universo é, pois, um poema grandioso e uma epopeia a escrever-se todos os dias.

O modo de Deus escrever a novidade constante do Universo, é a marcha da evolução.

O poema de Deus é dinâmico e está em permanente crescimento.

Na marcha evolutiva do Universo já brotou a vida, cuja cúpula é o Homem em Construção.

Os poemas humanos cantam a dor, as paixões e o Amor.

O poema de Deus é um hino cósmico cujo centro é o encontro do Homem com o Criador em Cristo.

Fala-nos de ondas, partículas, células e da vida consciente, essa maravilha capaz de fazer histórias de amor e fidelidade!

A pessoa humana é a obra-prima do nosso Deus que, por ser Amor, cria em total gratuidade.

Por ser para nós, o Universo foi concebido como fonte de alegria.

Foi-nos dado como morada de seres talhados para a fraternidade.

É belo o Universo onde surgimos. Além disso, é lógico, por isso a nossa inteligência o compreende.

É um entretecido de relações geradoras de ritmo e harmonia, gera ondas de música, pensamentos e emoções que nos convidam a fazer poesia.

O Universo é uma composição Genial. São diversos os temas deste poema universal:

Átomo, planeta e Galáxia;

Sistema solar, asteróide e Estrela Polar.

Planta, animal e ave do céu a voar.

Mas o tema central deste poema, a sua dominante é a Humanidade

 

O Homem, salvo em Cristo, é realmente o verso central do Poema da Criação!

É dinâmico este poema. Nele aparece a Humanidade construindo uma História com pessoas a amar, a sorrir, a chorar, a odiar e a sofrer.

Apesar de incompleta e imperfeita, a Humanidade é a cúpula personalizada da Criação.

Além disso, por ser composta por pessoas, a Humanidade é capaz de comungar com o seu Criador.

De facto, a Divindade é pessoas e a Humanidade também!

Por serem imagem de Deus, as pessoas humanas são capazes de amar.

Mas também são capazes de pecar, rompendo com o Criador que o criou com toda a ternura.

Além disso, quando pecam, as pessoas bloqueiam a marcha da Humanização.

Está ao nosso alcance a possibilidade de sermos família de Deus.

Esta possibilidade é um dom que nos vem pela Encarnação do filho de Deus (Jo 1, 12-14).

Por estar em construção o Homem ainda está inacabado.

Com efeito, Deus criou o Homem de modo a este se poder criar, realizando-se de modo livre, consciente e responsável.

Cada ser humano, por ser uma pessoa, estrutura-se de modo original, único e irrepetível.

A identidade da pessoa humana é o seu próprio jeito de se relacionar em dinâmica de amor.

O ser humano está talhado para o encontro amoroso, que é a festa da vida partilhada.

Como diz o evangelho de São João, a pessoa nasceu para renascer (Jo 3, 3-6).

A plenitude da pessoa humana está na comunhão com a Santíssima Trindade.

Esta comunhão acontece através de Cristo e pela acção do Espírito Santo (Rm 8, 14-16; Ga 4, 4-7).

Como vemos, no centro do poema criador de Deus está Jesus Cristo.

Ele é o ponto de encontro do humano com o divino.

Foi nele que a divindade se enxertou na Humanidade, sem a anular ou mutilar.

Pelo enxerto do Divino no Humano, a Humanidade foi optimizada.

Deste modo o Amor de Deus conduz à divinização do Homem.

Com o aparecimento da Humanidade, a Criação atinge uma densidade pessoal e eterna.

Por ser espiritual, a pessoa tem densidade eterna e imortal.

Deste modo, Criador e Criação tornam-se, não iguais, mas proporcionais.

Agora, o Criador e a Criação podem dar-se as mãos e fazer uma aliança de comunhão eterna.

Com o aparecimento do Homem, a Terra tornou-se uma morada onde pode acontecer amor e fraternidade.

O Espírito santo é a ternura maternal de Deus que alimenta a comunhão humano-divina realizada em Cristo.

Ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações

 

 

 

CALMEIRO MATIAS

 

Enviado por Tiago Guimarães